terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Mulher habitada


"Duas coisas que não decidi acabaram decidindo minha vida: o país onde nasci e o sexo com que vim ao mundo", disse a autora nicaragüense Gioconda Belli. Agora responda rápido: onde fica a Nicarágua? Eu não sei se é coisa minha ou de todo brasileiro, mas vivo com a certeza de um profundo desconhecimento sobre a América Latina. Tanto política como culturalmente. Pois vejam que descobri uma autora fantástica. Bem aqui na América Central.
"A mulher habitada" é um romance dessa autora que trata de questões políticas, de gênero, de relacionamento humano e de descobrir quem você é no meio dessa confusão que é o mundo.
O espírito da índia Itzá reside em uma laranjeira de onde assiste, na década de 70, à chegada da arquiteta Lavínia a uma nova casa. A índia, por amor ao guerreiro Yarince, deixou seu papel de mulher de aldeia para lutar contra o exército espanhol que invade a América no século passado. Lavínia acabou de chegar da Europa, arrumou emprego em um escritório respeitado e despertou para a realidade imposta pela ditadura entrando no movimento de guerrilha. As histórias são apresentadas por dois narradores: Itzá relembra sua vida (e comenta a de Lavínia) enquanto um narrador nos traz a história da arquiteta e das transformações impostas ao país.
A retratação do período da ditadura militar é perfeita. E a descrição de como corre a vida em Fáguas (país fictício da história) espanta pela similariedade entre a Nicaráguas e o Brasil. Todos no mesmo barco das convenções sociais e censura de pensamento e de voz .
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Gioconda Belli (Record)
Preço médio: R$ 54,00 nas livrarias
Estante virtual: De 20 a 25 reais (sem frete) (valeu pela dica do site, Cris)

2 comentários:

Mauro Costa disse...

Ei, Geninha, claro que você já deve ter feito isso, mas... não custa nada indicar. Você pode se cadastrar para receber a newsletter mensal da Companhia das Letras no site deles. Não precisa dizer o endereço, né?!?!
Beijos!

Anônimo disse...

Olá Geninha,

Você começa com:
"Eu não sei se é coisa minha ou de todo brasileiro, mas vivo com a certeza de um profundo desconhecimento sobre a América Latina. Tanto política como culturalmente."

E termina:
"A retratação do período da ditadura militar é perfeita. E a descrição de como corre a vida em Fáguas (país fictício da história) espanta pela similariedade entre a Nicaráguas e o Brasil."

A autora pode e deve viajar mas a critica deve ser lógicamente consistente.

Abraço.
Dalvo. (dalvojrossi@yahoo.com.br)