sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

"Fazemos quase tudo por um par de olhos"

Estimular a leitura, e não a posse dos livros. Essa é belíssima intenção da Leia Brasil, Organização Não Governamental de Promoção a Leitura. Criada em 1991 como um programa da Petrobras, a instituição passou a responder como ONG dez anos depois. Segundo a ONG, se vende sim muitos livros no Brasil, só que não se lê.

Para quem não acredita, um texto do diretor executivo da LB, Jason Prado, traz dados surpreendentes sobre o mercado editorial brasileiro: "As principais editoras brasileiras pertencem a grupos estrangeiros, os verdadeiros donos do mercado. O setor fatura US$ 1,2 bilhão por ano, metade dos quais do Governo (MEC); entre 92 e 2002 foram comercializados 3,3 bilhões de livros no Brasil, ou seja: 20 por pessoa, 70 por domicílio, 14 mil por escola e 595 mil por cidade, pondo em cheque todas as estatísticas divulgadas. Onde estão?".

"Os livros, sozinhos, não fazem leitores". Por isso, a ONG atua em diversos segmentos. Em seu site www.leiabrasil.org.br estão disponíveis diversos, diversos mesmo, textos sobre leitura e leitores no link “Para pensar a leitura”. Eles são muito úteis para educadores e professores que trabalham nessa área, além de interessantes para quem gosta do assunto.

Além disso, a Leia Brasil desenvolve projetos como caminhões-biblioteca, treinamento de educadores, publicações e projetos de “seduções de leitores”, como contadores de histórias, peças de teatro, shows e encontros com autores. Tudo sob o lema: "Fazemos quase tudo por um par de olhos..."

Um comentário:

Anônimo disse...

As informações trazidas pelo texto, fizeram-me refletir sobre duas coisas: o projeto "Arca das Letras", que levava (não em caminhões, mas em caixas de madeira) centenas de livros ao Sertão Central cearense. Projeto do qual pude falar com bastante entusiasmo, quando divulgava as ações da ONG Catavento. A outra, já me referindo a um de meus atuais empregos, aos alunos da faculdade onde leciono. Hoje, escutei de poucos, mas escutei, a notícia de que trocaram a leitura de livros pelas informações da TV. Pena vermos experiências, neste último caso, não de complementação, troca ou diálogo, mas de substituição dos meios. Parabéns pela notícia!