sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago foi ao encontro do nada

O escritor José Saramago era conhecido por seu profundo e marcante ateísmo. Me pergunto aonde ele acreditava que iria após deixar seu corpo terreno. Provavelmente, ao nada, como todo bom ateu. então, hoje, Saramago foi ao encontro do nada que lhe esperava. E aqui na terra ficamos a lamentar a imensa perda. Ele deixa-nos 20 ou 30 páginas do que seria um novo romance e uma intensa obra disponível.
Conheci o escritor no lançamento do livro Caim, em outubro do ano passado. Ironicamente, foi o livro do autor que eu menos gostei. Me cansava um pouco essa briga do escritor com Deus. Eu sempre acreditei que Saramago era um ateu mal resolvido, porque os bem resolvidos mesmo não estão nem aí para Deus, já Saramago escrevia com raiva, como uma afronta ao Deus. Achei engraçado ir lendo o livro e sentindo o clima de briga.

Após tirar fotos e ter livros autografados, lembro de termos dito que largar tudo e vir parar em Portugal já tinha valido a pena ali. Realizando o sonho de conhecer o escritor que tanto nos embalara durante a vida. Agora, fico ainda mais agradecida de ter tido a oportunidade de conhecer em vida o escritor. Fica aqui nosso lamento. Portugal está de luto oficial por dois dias e até domingo José Saramago será velado na Câmara Municipal de Lisboa. Não iremos lá, vou guardar as imagens dele que tive em Penafiel.

E para lembrar desse encontro, os links dos dois posts sobre nosso encontro com o Nobel:
http://pjegena.blogspot.com/2009/11/nos-e-o-nobel-parte-1.html
http://pjegena.blogspot.com/2009/11/nos-e-o-nobel-parte-2.html

Para que nunca leu Saramago, meu preferido é Ensaio sobre a Cegueira mas também recomendo muito As Intermitências da Morte, O Homem Duplicado e, principalmente, Todos os nomes. O ano da morte de Ricardo Reis também merece uma longa e carinhosa leitura.

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